MEDITAÇÃO, HORMÔNIOS E NEUROCIÊNCIA
Cada vez é mais comum se ter conhecimento de pessoas com
alto nível de produtividade (principalmente ligado ao mundo dos negócios)
praticar algum tipo de meditação. E de fato, a meditação tem sido cada vez mais
comum para além de contextos ligados a espiritualidade ou relaxamento.
A dopamina é um neurotransmissor que, dentre outras funções,
rege o foco e a produtividade. Estudos demonstram que pessoas com baixa
concentração de dopamina ficam desanimadas e apáticas; já quem tem níveis
satisfatórios de dopamina, são pessoas claramente motivadas.
Segundo especialistas da neurociência, a relação da
dopamina, produtividade e meditação é muito clara, sendo altamente recomendado
praticar meditação para aumentar o foco e a motivação no trabalho.
FELICIDADE
A serotonina é o hormônio da felicidade, um antidepressivo
natural! A produção deste hormônio pode ser estimulada tomando banhos de sol,
exercícios de relaxamento, atividades prazerosas e... meditação!
São diversos os estudos científicos que tem apontado
sentimentos de felicidade após a meditação. A Universidade de Cambridge montou
um grupo de controle composto por pessoas diagnosticadas com depressão e que
faziam tratamento medicamentoso. Foi observada melhora significativa dos
sintomas e muitos pacientes tiveram redução da medicação.
Contudo, é sempre importante lembrar que a prática da
meditação mostra resultamos através da continuidade, com o tempo. E claro que, a
meditação não substitui o tratamento médico ou psicológico, mas é sem dúvida
uma grande aliada principalmente quando conduzidas por terapeutas!
DORMIR
Dados indicam que quase 35% dos brasileiros terem distúrbios
de sono. E o cansaço é o primeiro problema gerado, embora outros possam vir a
reboque: aceleração do envelhecimento, incluindo obesidade, depressão,
diabetes, doença cardíaca e câncer. Isso porque, a insônia também prejudica a
cognição de forma geral e desequilibra uma série de hormônios fundamentais ao
bom funcionamento do organismo. Um hormônio em especial, é chamado de
"hormônio do sono.
A melatonina é um hormônio criada pelo aminoácido triptofano
e secretado naturalmente pela glândula pineal. Localizada no centro do cérebro,
esta glândula é do tamanho de uma ervilha, e em muitas tradições orientais ela
é considerada um ponto de conexão com a espiritualidade e onde o fluxo de
energia durante a meditação deveria ser mais intenso.
O hormônio melatonina é produzido quando há ausência de luz
e é comumente conhecida como sendo reguladora do relógio biológico, fazendo com
que tenhamos sono a noite e mais disposição durante o dia. A melatonina exerce
um efeito relaxante, quase hipnótico no indivíduo graças à inibição do
núcleo supraquiasmático, o nosso centro circadiano de sono-vigília. Atuando
também como antioxidante e imunomodulador no organismo.
Estudos tem indicado que a prática da meditação antes
de dormir elevava os níveis de melatonina durante aquela noite, mas não de
forma permanente, e sim nas noites em que a meditação é praticada. Isso indica
que a meditação deve ser uma prática contínua para quem quiser desfrutar deste
benefício.
Assim, por meio da meditação, pode-se modificar vários um
importante elemento gerador do sono, melhorando consideravelmente a
saúde e restaurando a homeostase corporal e mental.
HUMOR
A serotonina é um hormônio neurotransmissor. Ou seja, ela
atua fazendo a comunicação entre as células nervosas, um verdadeiro mensageiro
do sistema nervoso! Essa substância química é considerada por
especialistas como um estabilizador natural do humor, mas também
influencia o sono, o apetite, o ritmo cardíaco, a temperatura corporal e
diversas funções intelectuais. Assim, quando a serotonina se encontra numa
baixa concentração, pode causar mau humor, dificuldade para dormir,
ansiedade ou até mesmo depressão.
Diversos estudos tem demonstrado que a meditação aumenta
naturalmente os níveis de serotonina, e por outro lado, diminui o cortisol (que
causa estresse), favorecendo o bom humor! Para o terapeuta que trabalha com
meditação, pode incentivar o utente a fazer um diário de meditação e ir
observando com o passar do tempo as alterações e melhorias no seu humor.
CRIATIVIDADE
A criatividade está intimamente ligada a dormir o suficiente,
se alimentar bem, ter um corpo saudável, motivação pessoal e uma mente clara. E
quimicamente, temos um hormônio ajuda esta engrenagem acontecer: a dopamina. A
dopamina é muitas vezes chamada de hormônio do prazer. Isso porque os estímulos
causados por atividades que causam satisfação, aumentam o nível deste hormônio.
Meditação, criatividade e dopamina?
Vários estudos tem apontado que a prática da meditação
aumenta os níveis de dopamina, traz sentimentos positivos, bem estar e clareza
mental. E o resultado é... AUMENTO DA CRIATIVIDADE!
Nossos pensamentos se tornam claros, ficamos mais otimistas
e dispostos, contribuindo significativamente para inventar, criar, modificar...
A meditação também traz liberdade de pensamento e poder de concentração,
aspectos fundamentais para a criatividade. Então, bora meditar pra criar?
DIMINUIÇÃO DO ESTRESS
O cortisol tem a fama de ser o “hormônio do estresse”, isso
porque ele liberado em situações de emergência. O problema é que quando o ritmo
de vida é muito tenso, as pressões são grandes e os prazos curtos, tudo leva
nosso cérebro a achar que é uma emergência.
O hormônio cortisol é produzido pelas glândulas
suprarrenais, tendo assim, relação energética com o chakra básico, que rege
nossa sobrevivência e o mundo material. Nesse sentido, todas as atividades que
trabalhem o controle emocional, relaxamento e o bem-estar auxiliam a regular o
cortisol. E aí entra a meditação!!
Já existem vários estudos e relatos da sensação de
tranquilidade que a prática da meditação proporciona. Mas atente: A PRÁTICA DA
MEDITAÇÃO!
De fato, ninguém que esteja passando por um pico de estresse
vai conseguir meditar. Mas com a prática constante, a mente e o organismo como
um todo vão se adaptando a um novo modo de viver com menos tensão.
MENTE FOCADA
Quando estamos estressados a mente se dispersa, o pensamento
não fica claro e é difícil tomar decisões. Isso porque, uma das alterações
neurofisiológicas que ocorre é o aumento da noradrenalina.
Este neurotransmissor é o ativado quando somos desafiados,
estamos curiosos ou super estimulados. Em contrapartida, em doses elevadas,
desencadeia estresse.
O que tem sido percebido por estudiosos da área é que os
exercícios respiratórios do yoga (pranayamas) e a meditação com foco na
respiração tem efeitos muito positivos na diminuição dos índices de
noradrenalina do organismo.
Assim, que pratica a meditação com frequência, tende a ter
uma mente mais focada, pensamentos mais organizados e mais poder de
concentração.
EMPATIA E COMPAIXÃO
Considerando a empatia como a capacidade de entrar em
conexão com a dor do outro e a compaixão como um desejo altruísta de que todos
se libertem do que os faz sofrer, é fácil desejar que todos os seres do mundo possam
ter estes dois sentimentos.
Mas como isso pode ser desenvolvido?
Segundo a neurociência, a oxitocina é um hormônio
relacionada ao amor e a confiança. E mais recentemente, também considerado o
“responsável químico” pela empatia e compaixão (que também podem serem
consideradas um tipo de amor, não é?!).
E a prática regular de meditação tem mostrado que pode
aumentar os níveis desse hormônio. Uma dica extra: meditações em grupo ou
partilhar experiências meditação contribui também ao criar vínculos, permitindo
que a empatia e a compaixão possam ser compartilhadas!